A ex-aluna Nathalia Vianna, editora do Bom Dia Brasil, conta sua rotina no programa, que começa às 5h da manhã, e avalia sua formação
Priscila
Peres Mondo
Nathalia Vianna, 25 anos, formada na UFF em 2011, é editora do Bom Dia
Brasil e conta nesta entrevista um pouco de sua trajetória acadêmica e
profissional, suas experiências e sua rotina de trabalho. A jornalista me recebeu nos estúdios da TV
Globo, no Jardim Botânico, onde, além do Bom Dia Brasil, também são gravados
Globo Esporte, Jornal Nacional e Globo Repórter.
Em um ambiente que exige responsabilidade e seriedade, ela me apresentou os
estúdios e ilhas de edição, não deixando de exibir simpatia pelos corredores.
Cruzar com Marcio Gomes, Rodrigo Pimentel e outras figuras conhecidas que fazem
parte do nosso dia a dia, inevitavelmente formou um sorriso bobo de canto de
boca em uma estudante de jornalismo que pisava ali pela primeira vez.
Com um dia que começa às 5h de manhã
na edição, Nathalia falou do dinâmico cotidiano nos bastidores do programa, que
se divide em três etapas. A primeira consiste no fechamento na edição, processo
que dura até às 7h30min, com o início do jornal. É o momento em que o
profissional olha o espelho, se mantém atualizado sobre o que está acontecendo e
finaliza o jornal até a hora de ir ao ar.
“É muito importante acompanhar os outros jornais, tanto impressos quanto
de internet e TV. Assistindo ao JN, por exemplo, você sabe o que já é notícia,
o que já se esgotou e o que não vai se esgotar. O grande desafio do Bom dia
Brasil é sempre ir além, mesmo sendo tão cedo. Um desafio, visto que de manhã é
mais difícil apurar os fatos, além de atuarmos com uma equipe mais reduzida”,
explicou.
A segunda etapa refere-se ao jornal
propriamente dito, enquanto está no ar. A terceira ocorre ao término da edição,
quando editores do Rio se reúnem. Em uma sala localizada abaixo do estúdio do
Jornal Nacional, discutem a pauta da edição seguinte, junto com as sucursais de
São Paulo, Minas Gerais, Recife e Brasília. Decididas as pautas, o editor-chefe
monta, então, o espelho.
“É muito importante acompanhar os outros jornais, tanto impressos quanto de internet e TV. Assistindo ao JN, por exemplo, você sabe o que já é notícia, o que já se esgotou e o que não vai se esgotar. O grande desafio do Bom dia Brasil é sempre ir além, mesmo sendo tão cedo. Um desafio, visto que de manhã é mais difícil apurar os fatos, além de atuarmos com uma equipe mais reduzida”
Em um jornal ao vivo, onde não se
pode errar, Nathalia ressalta a importância da habilidade e do feeling do profissional em saber seguir
e coordenar o roteiro que foi estabelecido, sem descartar o fator sorte: “É um
misto de sorte, do repórter do outro lado, e da habilidade do coordenador. Não
tem fórmula, também não é uma arte, mas é algo que vem da experiência e do feeling do profissional”, definiu.
Nathalia iniciou sua carreira na TV Globo através do programa Estagiar, e desde então lutou para conquistar seu espaço e ganhar reconhecimento. “Eu sou muito coringa, porque durante o meu estágio acabei assumindo esse perfil. Achava que tinha que aprender de tudo e foi o que fiz. No começo é muita informação, você fica um pouco assustada, mas é normal, com o tempo você vai ganhando experiência, vai descobrindo qual o seu perfil. Aos poucos, fui descobrindo o que eu fazia melhor e em que o jornal precisava de mim. Meu próprio chefe, numa reunião, disse que o meu desafio era provar onde o jornal precisava de mim. E assim, eu fui galgando um espaço. Foi algo muito guerreiro, tem que correr muito atrás. Aqui tem espaço para todos os tipos de talento, só que é preciso ter iniciativa, correr atrás”, refletiu a jornalista.
Nathalia iniciou sua carreira na TV Globo através do programa Estagiar, e desde então lutou para conquistar seu espaço e ganhar reconhecimento. “Eu sou muito coringa, porque durante o meu estágio acabei assumindo esse perfil. Achava que tinha que aprender de tudo e foi o que fiz. No começo é muita informação, você fica um pouco assustada, mas é normal, com o tempo você vai ganhando experiência, vai descobrindo qual o seu perfil. Aos poucos, fui descobrindo o que eu fazia melhor e em que o jornal precisava de mim. Meu próprio chefe, numa reunião, disse que o meu desafio era provar onde o jornal precisava de mim. E assim, eu fui galgando um espaço. Foi algo muito guerreiro, tem que correr muito atrás. Aqui tem espaço para todos os tipos de talento, só que é preciso ter iniciativa, correr atrás”, refletiu a jornalista.
Como você vê o mercado de trabalho em TV
para os estudantes que estão iniciando a procura por estágio, há espaço?
Pela TV Globo eu
digo que tem, a Globo está sempre crescendo. O jornalismo na emissora agora
está em um excelente momento. Hoje nosso ex-diretor de jornalismo, o (Carlos
Henrique) Schroder, é o diretor Geral, algo muito positivo para o jornalismo. Ele
veio da redação, e entende muito bem os processos técnicos envolvidos. O
crescimento de emissoras concorrentes também faz estimular o mercado. Aqui na
TV Globo, principalmente por conta de Copa e Olimpíadas, também vai aumentar o
quadro, tem sempre gente nova entrando. O programa de estágio é bem bacana, é
um processo que se consolida, tem realmente como intuito aproveitar o
estagiário.
E você mesma é um exemplo disso,
conseguindo chegar à posição atual iniciando a carreira como estagiária da
casa.
Sim, e meu
próprio chefe o Miguel (Athayde, diretor regional de Jornalismo da Editoria
Rio) e também o Schroder começaram como estagiários.
Sobre o seu intercâmbio de seis meses no
exterior, na Universidade Carlos III, de Madrid, o que você diria que valeu
mais, a experiência cultural ou o curso em si?
Acho justo dizer
que foi uma boa parcela dos dois. O ganho pessoal, não tem como medir. Os
desafios que você enfrenta dependem de pessoa para pessoa. Eu sempre fui
independente e descolada, mas apesar de saber falar espanhol, enfrentei
dificuldades com a língua, por conta do sotaque, além de problemas financeiros
por conta de um erro na minha conta do banco. Mas, eu também tive uma aula em
particular, Jornalismo Internacional, que foi fantástica, com um professor que
havia sido correspondente de guerra. Tive uma experiência acadêmica muito boa,
muito feliz. Mas depende muito da pessoa em correr atrás e aproveitar o curso.
Como foi sua experiência em Israel, para
fazer seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre a experiência profissional de
correspondentes internacionais em Jerusalém?
Foi uma
experiência muito rica, eu já havia viajado durante o intercâmbio. Estive no
Marrocos e lá tive contato com a religião islâmica, então não foi tão chocante,
mas é um mundo completamente à parte. Israel é lugar muito seguro, o que me
proporcionou fazer um paralelo com o Brasil, da visão que nós temos de lá e o
que Israel realmente é, além da visão que eles têm daqui e o que o Brasil
realmente é. Isto acontece porque só interessam jornalisticamente os fatos relevantes,
que podem afetar sua vida, então o que vemos desses lugares são sempre notícias,
normalmente ruins.
Sobre o curso de comunicação da UFF, você
acha que faltou alguma coisa? Algum ponto poderia ser aprimorado para preparar
melhor os alunos para o mercado de trabalho?
O curso da UFF é
muito bom e tem um diferencial em relação a outras faculdades. Algumas possuem
um currículo mais prático, mas o prático se aprende aqui, trabalhando. Vale
muito mais a pena ter duas economias, duas lingüísticas, ter história. As
outras também têm, mas nós temos mais, e isso é muito importante. Claro que
aprimorar é sempre importante. Mas, dentro do possível, é um curso muito bom. Tem
professores comprometidos, está dentro da realidade, não é algo mercenário.
Também tive muita sorte de ter feito parte de uma turma que foi muito elogiada,
no geral também muito compromissada, e isso estimulava as pessoas.
Você acha que o aluno da UFF é bem visto?
Aqui o estudante
de Jornalismo da UFF é muito bem visto. Principalmente por uma coisa que,
inclusive, me destacou na minha entrevista de estágio: ele é conhecido, em
geral, por ser guerreiro, por estudar mais, o que mostra interesse. E o aluno
tem base, tem conteúdo. Gosto muito da UFF, devo muito à UFF, é uma ótima instituição.
Quem fizer direito e seguir o curso a sério, vai se dar bem. A UFF se preocupa
com o aluno, os professores se preocupam. Você não fica largado, abandonado. A
Sylvia (Moretzsohn), o (Guilherme) Nery, o Marco (Schneider), a Larissa (Morais),
se importam com o aluno, com cada um, isso é muito legal, as pessoas precisam valorizar.
É uma faculdade comprometida. O jornalismo na UFF é sucesso!
Qual a sensação de voltar à Universidade para
contar as suas experiências àqueles que estão começando a trilhar o próprio
caminho?
Fiquei muito
contente, é uma honra, um elogio muito grande. E pensei que eu gostaria de ter
tido isso quando estava na faculdade. Se o feedback
no trabalho é importante, o feedback acadêmico
também é. O que acho muito legal nesse
projeto é que ele funciona justamente como um retorno, um estímulo aos alunos. É
importante para acreditarem em vocês, porque, de verdade, depende de vocês.
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