quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A literatura como combustível para o jornalismo


Jornalismo literário será tema de debate na quinta edição do Controversas


THAIS XIMENES


Na faculdade, aprendemos que um bom texto jornalístico tem que apresentar alguns elementos básicos e essenciais. Entre eles, um lead que responda as perguntas: quem; o que; onde; quando; como e por quê. E um desenvolvimento que apresente os fatos e a finalização. Tudo muito bem amarrado, sem buracos ou falhas. Esse é o estilo narrativo clássico do jornalismo.




Acontece que nem todo jornalista se prende a esse estilo mais de escrita, mas parte para a literatura. Seu texto não deixa de conter todas as informações necessárias, nem de responder a todas as perguntas feitas, mas permite um envolvimento maior do jornalista com a história contada. Gay Talese, um dos precursores do Novo Jornalismo americano define que esse tipo de jornalismo “é, ou deveria ser, tão verídico, como a mais exata das reportagens”.

Os três convidados para a mesa de “Jornalismo e Literatura” trazem em seus trabalhos essa característica literária. Uma das convidadas é a jornalista da Revista O Globo, Mariana Filgueiras. Ela ganhou em 2009, um concurso de Jornalismo Literário promovido pela Revista Bravo!. É colaboradora da Revista Piauí, e usou esse estilo narrativo para contar o sumiço do cantor Belchior em uma matéria para o site Palma Louca. Entrevistou amigos, fãs e até parentes para descobrir o seu paradeiro.

Isabel Clemente é outra convidada para a primeira mesa do dia 5 de março. Editora da Revista Época na sucursal do Rio, ela usa esse modo de narrativa para escrever sobre todos os assuntos. Na matéria publicada na edição de dezembro de 2012, Isabel conta a história do menino brasileiro Welington, adotado por uma família holandesa depois de sofrer maus tratos por parte de seu pai biológico, a procura de sua família brasileira. Com cuidado e sensibilidade, a jornalista carioca mostrou o encontro dessas duas famílias.

Outro convidado dessa mesa é o jornalista Plínio Fraga. Ela já trabalhou no Jornal do Brasil e na Revista Piauí, e hoje está no Segundo Caderno, do Jornal O Globo. Seja escrevendo sobre política ou cultura, as matérias de Plinio tem cara de história e não de reportagem. Seus trabalhos na Piauí e no Segundo Caderno são os que mais evidenciam isso.

O jornalismo literário se desenvolve com a mesma clareza e competência que qualquer reportagem que se preze. Ele tem várias caras, formas particulares a cada autor e os convidados para a quinta edição do Controversas são apenas algumas delas. Eles vão contar por que decidiram escrever de uma maneira tão diferente e sobre a suas carreiras. A mesa de “Jornalismo e Literatura” começa às 16h do dia 5 de março.

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