quinta-feira, 7 de março de 2013

A opção de ser freelancer

Jornalistas debateram os dois lados da profissão em mesa sobre o mercado sem vínculo
CARINA LAMONATO






“Essa mesa trata de um assunto que interessa a todos os jornalistas, principalmente os iniciantes”. Assim o professor João Batista de Abreu abriu a palestra sobre “O mercado de Freelancer”, no terceiro e último dia do Controversas. Os palestrantes Carlos Vasconcelos, André Arruda e Flávia Tavares falaram sobre os benefícios e os ônus dessa opção profissional. Cezar Faccioli, o quarto convidado, mandou mensagem dizendo que não poderia participar porque estava com um “frila” atrasado. Ossos desse ofício inconstante.

Carlos Vasconcelos contou que ser freelancer foi uma escolha. Ter mais tempo e flexibilidade do que em um emprego fixo foram características que atraíram o jornalista à opção. “Você vai estar sempre aberto para ser freelancer, mesmo se estiver empregado”, explicou Vasconcelos, que apontou a instabilidade profissional e a renda oscilante como principais problemas da vida profissional autônoma. Depois de passar por veículos com Jornal do Brasil, America Economia e Tevê Brasil como funcionário, ele presta serviços para clientes como Petros, Valor Econômico, Ampla e Coca-Cola.





O fotógrafo André Arruda explicou que, para trabalhar desta forma, é necessário ser empreendedor e extremamente competente. “Como freelancer, você tem que atuar melhor do que quem está empregado, que já está na zona de conforto, na zona da mesmice”, disse o ex-fotógrafo do Globo e do Jornal do Brasil.Arruda contou que trabalhos que faz como “frila” financiam alguns projetos pessoais, como o livro “Cem coisas que cem pessoas não vivem sem”, que ele produz desde 2005 e será lançado no final deste ano.

A assessora Flávia Tavares, especializada em grandes eventos, contou que começou no mercado sem vínculo por causa da vontade de fazer o que gostava na maior parte do tempo. Flávia acredita que um dos motivos para ter se destacado foi, além da qualidade do trabalho, sua disponibilidade. “A maior parte das pessoas que pega trabalhos temporários volta ao emprego fixo na primeira oportunidade. Eu não queria isso e pude construir uma boa rede de contatos”, contou.

Embora sejam de áreas diferentes, todos os palestrantes concordaram em uma coisa: é preciso ter uma boa rede de contatos para atuar nesse mercado. André Arruda considera que ter passado por um veículo de porte ajudou tanto no aprendizado como no “network”.  Para Flávia Tavares, participar como voluntário em grandes eventos é uma oportunidade para ampliar a rede de relacionamentos profissionais quando ainda se é estudante. “É um grande desafio se estabelecer e ser respeitado na profissão”, afirmou.

É necessário gerenciar trabalhos e prazos para entregar um material final de qualidade. Flávia Tavares acredita que trabalha mais do que se estivesse em um expediente normal, pois não há limite de tempo. Para ela, o freelancer está 24 horas por dia trabalhando. Por outro lado, Carlos Vasconcelos disse que não trocaria suas atividades atuais para para ganhar R$ 5mil por mês e ter que fazer pescoção.

O estudante de quarto período Igor Pinheiro, que nunca tinha pensado em ser freelancer, contou que acha interessante ter uma mesa com esse tema no Controversas porque ser freelancer não é uma opção que os estudantes consideram no começo da faculdade. “É uma alternativa que vou considerar daqui pra frente”.

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