terça-feira, 19 de março de 2013

De aluno pra aluno

O Prêmio Controversas de Reportagem mostrou que veio para ficar



CARINA LAMONATTO



Entre fazer o regulamento do prêmio, vender muita rifa para garantir a premiação material e decidir quais seriam os presentes mais interessantes para os futuros jornalistas vencedores, a ideia de Mário Cajé ia saindo do papel. O inovador prêmio de reportagem universitária foi abraçado pelos outros alunos do projeto de extensão, que tiveram toda a dedicação recompensada ao ver o brilho nos olhos dos três vencedores, anunciados no último dia do Controversas Grande Reportagem.

Sob a difícil missão de escolher as três melhores reportagens do primeiro Prêmio Controversas, o júri foi composto pelo ex-aluno da UFF e atual repórter do Valor Econômico Rafael Rosas, a professora Renata Rezende e o professor João Batista de Abreu, que anunciou os grandes vencedores da noite.

No primeiro anúncio uma surpresa: de tantas boas reportagens inscritas, o júri concedeu uma Menção Honrosa a Evandro Silva pela reportagem “Uma alegoria da caverna, no Morro do Vidigal”. A reportagem emocionante sobre um senhor que mora literalmente em uma caverna no Vidigal foi publicada no Cadernos de Reportagem.

Abrindo o envelope em suspense digno de grandes premiações, João Batista anunciou que a reportagem “Onde estão eles?” de Elena Baptista Wesley ficou em terceiro lugar. A aluna do quinto período fez um pequeno discurso agradecendo aos amigos que, com ela, trouxeram de volta o jornal O Casarão, onde a matéria está publicada (e pode ser conferida online). Elena contou que houve incentivo mútuo entre os amigos para que todos se inscrevessem no prêmio. “A gente cobrava um do outro. Eu achava que a minha matéria era muito polêmica e ninguém ia dar muita bola, mas eles insistiram que eu tinha que inscrever” confessou Elena.

Hora de chamar mais um vencedor. “Depois que anunciaram a menção honrosa e o terceiro lugar, eu não achava mais que ganharia alguma coisa”. Essa fala é do descrente Douglas Nascimento, autor da reportagem que ficou em segundo lugar: “Jogo com portões fechados: da oportunidade ao engodo nas peneiras e sonhos do futebol”. O texto será publicado em breve no Cadernos de Reportagem e estará na próxima edição do Casarão.

“Ele não chegava. Estava achando que ia ter que receber o prêmio em nome dele. Quando me chamaram e eu fui lá pra frente ele estava entrando e sentando”. A preocupação de Elena era com Gustavo Cunha. Ela ainda não sabia, porém, que ele seria o autor da reportagem escolhida em primeiro lugar pelo júri. Gustavo se inscreveu no último dia do prazo, por insistência dos amigos que concordavam que a reportagem “Ame-o e deixe-o ir aonde quiser” era muito boa e merecia participar do prêmio. O texto também estará na próxima edição do jornal O Casarão.

Além do certificado emitido pelo Departamento de Comunicação Social, houve também uma premiação material. Para garantir essa premiação, os alunos do Projeto de Extensão e a professora Larissa Morais venderam rifas e os sorteios foram realizados nos intervalos entre as mesas do Controversas. No primeiro dia, a vencedora do sorteio de um cartão presente no valor de R$ 100,00 na Livraria Saraiva foi Camila Lanes. No segundo dia o sorteio foi de um jantar para duas pessoas no Mocellin Churrascaria, e o vencedor foi João Coutinho.

Elena faturou o livro “Dez reportagens que abalaram a ditadura” de Fernando Molica, Douglas levou para casa um gravador de voz Sony e Gustavo ganhou um e-reader Amazon Kindle.

Porém, os três vencedores concordaram que o mais importante de existir um prêmio desse tipo na universidade é incentivar a produção dos alunos através do reconhecimento. “Muitas vezes a gente escreve uma reportagem que dá trabalho, e acaba não sendo publicada em nenhum lugar, fica por aquilo mesmo. Um prêmio como esse é um reconhecimento, incentiva as pessoas a escreverem reportagens de qualidade para serem reconhecidas. Muita gente faz muita coisa boa na universidade que as pessoas não conhecem” explicou o vencedor do primeiro lugar, Gustavo Cunha.

Os textos com temáticas totalmente diferentes mostraram que o Prêmio Controversas de Reportagem é plural e surpreendente. Para as próximas edições, as categorias de fotografia, rádio e TV devem ser incluídas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário